O recuo do muito ou da diversidade parece de fora como um afastamento em direção a algo menos. Mas o recuo muitas vezes tem o efeito de um movimento em frente, em direção ao essencial decisivo, livre de todo provisório. A plenitude do essencial parece de fora como menos e o seu recuo como passo decisivo em direção à sua conclusão. Somente a minimização muitas vezes o leva ao ponto.
Assim também é com a Constelação Familiar. O seu progresso parece para muitos como menos, para alguns até como uma traição do seu início e da sua diversidade. Mas em seu efeito este “menos“ ultrapassa o que havia antes de longe.
O constelador deve então saber menos? É exigido menos dele? Ou se monstra que a Nova Constelação Familiar exige muito mais dele?
Principalmente e mais no sentido do crescimento interior e mais na entrega àquela última instância que faz possível qualquer progresso e o conduz.
Como? Através do insight decisivo para os próximos passos.
Na Nova Constelação Familiar estamos tateando extensamente no escuro. Somente o final para o qual somos levados passo por passo, revela o progresso para uma outra consciência que nos leva e nos segura ali.
Em quais fundamentos esta Constelação Familiar se baseia? Quais insights devemos ter interiorizados para que possamos segui-los?
O efeito da nossa consciência
Primeiramente é o reconhecimento que nossa consciência, que experienciamos como consciência boa ou má– ou seja como inocência e culpa – tem um lado útil e um lado devastador. O lado útil da nosso experiência consciente nos conecta ao grupo que é importante para a nossa sobe vivência, ou seja a nossa família e grupos maiores aos quais pertencemos através da nossa família. São principalmente o nosso país e povo e nossa religião e cultura. O lado devastador da nossa consciência nos obriga a rejeitar outros por serem diferentes, porque pertencem a outras famílias e outros grupos ou religiões, e combatê-los ou até destruí-los e isso com a consciência boa. Como podemos escapar do lado devastador da nossa consciência boa? Nos escapamos dele através do recuo para fora da nossa segurança, para que nós causamos algo bom através do impulso da nossa consciência boa, mesmo que justifique muitas vezes o possivelmente pior para nós e outros.
O que isso que dizer para a Constelação Familiar?
Quando alguém vem até a nós e pede para que nós constelamos a sua família, se trata quase sempre de conflitos de consciência, ou seja, um conflito no qual nós julgamos outros como culpados e consideramos nós mesmos como inocentes.
O que este cliente espera de um constelador? Que este adote a sua visão do problema, que ele também considere os outros como culpados e responsáveis por este problema.
A assim chamada “pesquisa da causa“ em caso de problemas relacionais se assemelha assim à pesquisa de consciência, para descobrir e confirmar com a sua ajuda que a própria consciência é certa e boa e a outra é má.
Como nós escapamos na Constelação Familiar de se perder desta maneira?
Nós reconhecemos a consciência de ambos os lados como boa e também como má. Ambas as consciências são limitadas, ambas são se nós as acompanhamos, más em seu efeito para outros.
O que acontece com a nossa própria consciência quando nós nos posicionamos desta maneira, ou a favor ou contra?
Em qualquer direção que tomamos uma posição, seja por compaixão ou por rejeição e – muitas vezes escondido – com o desejo de querer ajudar o cliente, o efeito será ruim. Ele causará nova discórdia. Onde é que alguém se sinta como melhor, ele segue a sua consciência de forma devastadora para os outros.
A Nova Constelação Familiar
Como escapamos do perigo na Constelação Familiar? Nos escapamos dele se nós esvaiamos da antiga Constelação Familiar de uma maneira que deixamos a nossa consciência para trás. Eu chamo esta Constelação Familiar de Nova Constelação Familiar ou, mais exatamente pelo seu conteúdo, de
Constelação Familiar Espiritual.
Nesta Constelação Familiar o constelador se coloca na maior parte no fundo e assim também o problema ressaltado pelo cliente e a ajuda esperada por este.
Principalmente a consciência fica de fora no caso do cliente quanto no constelador. Ela não é consultada nem levada em consideração.
Qual é o procedimento? Muitas vezes o cliente precisa ser consultado brevemente sobre qual é o seu assunto. Às vezes é suficiente de colocar um representante para ele com a indicação que este se conecta e se deixa mover sem intenção ou medo quando ele experiencia ser levado e conduzido por outras forças.
Depois de um momento se monstra para onde vai o seu movimento, por exemplo, em direção a outra pessoa. Depois disso uma pessoa é colocada como representante desta. Este também se move sem intenção ou medo quando ele experiencia ser movido por outras forças. Desta maneira se constrói uma constelação passo por passo. Nisso se monstra que o assunto original do cliente é via de regra um assunto diferente daquele que ele pensava. Ambos, tanto o constelador quanto o cliente, são movidos e levados por outras forças.
Estes movimentos decorrem de acordo com um padrão básico. Eles juntam o que antes era separado ou estava de lados opostos. Isso quer dizer, eles vo para muito além da consciência.
Ao mesmo tempo estes movimentos trazem duas ordens básicas à tona que são colocadas no fundo em nossa cultura, assim que nós as transgredimos o tempo inteiro. Nós também podemos dizer que nelas atua uma outra consciência, que sempre mantém um olhar sobre o todo, diferente da consciência pessoal citada anteriormente.
Esta outra consciência é como uma “Nós-Consciência“ que se impõe sobre a consciência anteriormente citada, que por sua vez se mantém voltado ao Eu, mesmo que esta Nós-Consciência foi banida da nossa consciência em geral e nós até cometemos uma infração contra ela com “consciência limpa“.
O mesmo direito de pertencer
A primeira dessas duas leis básica exige:
Qual é este efeito quando alguém da família comete uma infração contra esta lei? Quando alguém expulsa um outro membro familiar e lhe nega o seu direito.
Um membro familiar posterior precisa representar esta pessoa expulsa sem que este tenha consciência disto. Ao mesmo tempo aquele membro da família que e responsável pela exclusão sente uma atração pelo membro expulso, as vezes seguindo-lo até a morte.
Na Constelação Familiar Espiritual se monstram as consequências diretamente nos movimentos dos representantes, sem que os detalhes precisam ser conhecidos ou nomeados.
Ao mesmo tempo vem uma segunda ordem básica à tona, somente através dos movimentos das pessoas colocadas enquanto se mantêm no movimento pelo qual foram levados.
A prioridade dos anteriores
A lei da hierarquia na família exige que nenhum membro da família que veio depois se pode colocar no lugar de um membro anterior. Esta lei é transgredida na nossa cultura o tempo inteiro – e com consciência limpa. Aqui se mostram as consequências devastadoras da transgressão da Nós-consciência de forma mais clara. No final a Nós-consciência pune a transgressão da segunda lei básica com a morte. Nós observamos estas consequências em todas as tragédias, inclusive nas tragédias familiares.
As consequências para a Constelação Familiar
Nós entendemos os movimentos dos representantes na Constelação Familiar Espiritual somente quando nós conhecemos e observamos estas duas leis básicas. Muita vontade de ajudar é uma infração contra à hierarquia com consequências amplas, tanto para o cliente como também para o ajudante. Isso se monstra de forma mais clara na violação dessa hierarquia nas duas frases interiores que dão impulso à tragédia. Elas são: “Você por mim“ e “Eu por você“ . Com estas frases a própria responsabilidade é suspensa com consequências devastadoras. Principalmente com a frase: “Você por mim“.
Estas consequências não são percebidas conscientemente, porque a frase “Eu por você“ é dita com consciência boa. Ela também é dita por muitos ajudantes com consciência boa. Como nós escapamos na Constelação Familiar dessas consequências? Nós escapamos delas na Constelação Familiar Espiritual, quando nós deixamos espaço para os movimentos dos representantes que trazem estas leis à tona passo por passo, e as superam ao mesmo tempo.
A perspectiva
A Constelação Familiar Espiritual supera as consequências da boa consciência pessoal tanto para o cliente quanto para o constelador. Entretanto esta Constelação Familiar exige a despedida de qualquer intervenção na própria responsabilidade daqueles que procuram por nossa ajuda através da Constelação Familiar.
Nós encontramos esta ajuda através do nosso recuo da assim chamada “boa consciência“ e com ele através da despedida de todas as imagens de melhor ou pior. Através da despedida de atribuições de culpa e do nosso desejo ou das nossas expectativas que outros tomem de nós o decisivo ou nós o fazemos por eles.
Qual é o resultado? Nós nos mantemos saudáveis e as nossas relações também.