Esse material circulou na lista do Kahuna Mundial da qual faço parte e tenho a liberdade de postar dando os devidos creditos a lista dos kahunas que reunem os interessados nos estudo da filosofia huna e minha gratidão a Vivi que postou o artigo segundo sua ótica.
Cida Medeiros
Assunto: IKE - O PRIMEIRO PRINCÍPIO DA HUNA
Pessoal: Gostaria de introduzir - aos poucos - os 7 princípios da
Huna, do ponto de vista do Xamã Aventureiro: aventureiro não no
sentido leviano, mas no sentido daquele que não luta contra nada mas
aprende com tudo - afinal, a própria Huna ensina que, tudo aquilo
contra o qual lutamos e a que resistimos, torna-se mais forte.
Apresento o primeiro princípio - IKE - e estou utilizando textos de
Serge King, devidamente reconhecidos ao final. Achei oportuno e
interessante introduzir uma outra perspectiva. Seria, ainda,
interessante ter seus comentários, como feedback. Abraço a todos e
Aloha. Vivi.
O PRIMEIRO PRINCÍPIO XAMÂNICO
IKE - O MUNDO É AQUILO QUE VOCÊ PENSA QUE ELE SEJA
"A mais ampla categoria de idéias que afetam nossa vida se compõem
de opiniões que, podemos dizer, são o mesmo que crenças. As
opiniões são idéias a respeito de fatos, e afetam apenas algumas
pessoas por algum tempo. Não obstante, são muito poderosas, porque
são as opiniões a respeito da vida que determinam como você se
sente, o que você faz, como se relaciona com as outras pessoas e com
o restante de sua experiência pessoal. As opiniões diferem
acentuadamente dos fatos, uma vez que podem ser mudadas. E, à
medida que as opiniões mudam, o mesmo acontece com a sua vivência
dos fatos.
O que leva muitas pessoas a terem problemas é a sua tendência a
confundir opiniões e fatos. Em outras palavras, elas tratam suas
opiniões como se fossem fatos da vida, em vez de vê-las como idéias
a respeito de fatos. Eis alguns exemplos típicos de opiniões que
algumas pessoas chamam de fatos:
A vida é uma batalha.
O sucesso depende da sorte.
Tudo o que acontece depende do destino.
Sou impotente para lutar contra as forças que me rodeiam.
Sou incompetente e desprezível.
O mundo é um lugar amoroso e estimulante.
Sou capaz de fazer qualquer coisa que me disponha a fazer.
A experiência é previsível (ou imprevisível).
Vamos extrair os fatos das opiniões acima:
A vida é.
O sucesso é.
Tudo o que acontece é.
Eu sou.
O mundo é.
Sou capaz de fazer.
A experiência é.
Estes são os fatos. Qualquer coisa que se lhes acrescente é uma
opinião. Como se pode ver, as opiniões podem ser positivas ou
negativas. O importante, contudo, é que, sejam elas quais forem,
governarão a sua experiência." (**)
Resumindo: sua vida reflete suas opiniões; todos os problemas são
causados por um conflito de idéias; suas únicas limitações são
aquelas com as quais você concorda; mude suas opiniões e escolha
suas experiências.
Vamos recriar nossa estrutura de pensamento. Aproveitemos o que já
é bom, aprimoremos o que pode ser melhorado e eliminemos o que está
ruim.
O Primeiro Princípio: IKE - O Mundo É Aquilo que Você Pensa que Ele
Seja
meio-cheia ou meio-vazia. Dependendo de seus planos, a chuva pode
ser boa para a colheita ou má para o piquenique. Dependendo de sua
atitude, um problema pode ser um obstáculo ou um desafio. Estas são
maneiras claras, óbvias e compreensíveis pelas quais nosso modo de
pensar afeta nossas experiências. De uma maneira mais sutil - porém
muito bem documentada nos campos da psicosomática, psicoimunologia e
psicologia motivacional - sabemos que os pensamentos de temor,
preocupação, raiva e ressentimento podem nos fazer cair doentes e
diminuir nossa eficácia; ao mesmo tempo, pensamentos de confiança,
determinação, amor e perdão podem-nos fazer sentir bem e aumentar
nosso desempenho."
Corolário: Tudo É um Sonho
Para os xamãs, sonhamos nossa vida, trazendo-a à existência. Isto
não significa que a vida seja uma ilusão. Significa que os sonhos
são a realidade e que a realidade é um sonho. Assim, a realidade
que ora experimentamos é fruto daquilo que pensamos e de nossas
opiniões, tanto quanto a realidade que outros experimentam
igualmente é fruto de seus pensamentos e opiniões. E, não nos
esqueçamos, as opiniões que temos a respeito das coisas são crenças
que regem nossa vida. E, de onde vêm essas opiniões? De nossas
lembranças - por preceito ou por exemplo de outros (familiares,
amigos, conhecidos, TV, mídia em geral etc.).
Serge King nos dá o exemplo a respeito de batermos com a mão em uma
parede. Diz ele: "Ao bater na parede, você não estava batendo em um
objeto sólido. Ao invés disso, dois campos de energia se
encontraram e a informação foi transmitida ao seu cérebro, onde foi
interpretada por você, com base na memória, como sendo a experiência
de se bater em uma parede."
Pode-se assim ver que interpretamos o mundo fenomênico - as
mensagens enviadas ao nosso cérebro por quaisquer sentidos - com
base no que alguém definiu, nos nomes e descrição feitos por alguém,
que chegaram até nós e nós os gravamos em nossa memória. Alguém
poderia, segundo o exemplo da parede e da mão, haver definido tal
ação da maneira que ele descreveu; ou seja, não como sendo a parede
um objeto sólido; mas que "quando dois campos de energia vibrando de
maneira semelhante se encontram, um interfere no outro". Mesmo
porque, se nossa mão vibrasse em uma freqüência diferente daquela da
parede, a primeira atravessaria a última! Então, a parede é sólida
ou não? SIM E NÃO. SIM, para aqueles "objetos" cujo campo de
energia vibra de maneira semelhante a ela. E NÃO para aqueles cujo
campo de energia vibra em freqüência diferente. Como definir,
então, as coisas? Simples: percebendo que o que parece ser
realidade exterior está, em verdade, dentro de nossa cabeça. Como
diz o autor: "Ora, isto parece ser um sonho, não?"
Os sonhos, muitas vezes, são tão "reais", que pensamos estar
acordados! E, às vezes, a "realidade" é tão quimérica, que
parecemos estar sonhando! Como diz o autor, só diferençamos os
estados de adormecimento/sonho e de estar acordado/realidade, porque
neste último há mais lembranças com as quais podemos nos
identificar, nos conectar. Porém, do ponto-de-vista da Huna, "as
lembranças são apenas outros sonhos".
Uma nota importante do autor: quando classificamos de alucinação os
sonhos de outras pessoas que possam estar em outros estados de
consciência - místicos, bêbedos, esquizofrênicos, usuários de
drogas, insones, enfermos, idosos, crianças ou xamãs - na verdade
estamos, sem o saber, dizendo "seu sonho não combina com o meu
sonho" (alucinação é uma palavra grega que quer dizer exatamente
isto) - ou, "sua realidade não combina com a minha".
Definimos como sendo a realidade aquelas experiências que foram
tidas por mais alguém. No entanto, se um grande número de pessoas
houver tido uma experiência que nos desagrada ou deixa zangados - ou
ainda porque fomos "deixados de lado" e não participamos dela,temos
a tendência de defini-la como "alucinação de massa". "Para os
xamãs, a experiência a que chamamos de realidade diária é uma
alucinação em massa; ou, colocando de maneira mais polida, um sonho
compartilhado. É como se todos estivéssemos tendo nossos próprios
sonhos individuais sobre a vida, e o compartilhamento dos mesmos
ocorra em momentos ou pontos de concordância ou consenso."
Para os xamãs urbanos , há um propósito nesse ponto-de-vista. "Se a
vida é um sonho, e se podemos acordar por completo dentro dele,
então podemos modificar o sonho, modificando nosso modo de sonhar."
Mais adiante no livro, o autor explorará muitas maneiras de
modificar o sonho da vida "e isto poderá vir a trabalhar grandemente
em seu favor, quer você decida que a vida é um sonho ou não. Porém,
para aqueles que ousam fazer experiências com essa idéia, abrir-se-á
uma aventura rica e repleta de desafios; e oportunidades abrir-se-ão
para você."
Corolário: Todos os Sistemas São Arbitrários
"Por eras incontáveis os seres humanos têm buscado encontrar
o Significado Último e a Verdade Absoluta, algo sólido e eterno em
que se agarrar. Tentaram o Misticismo, Religião, Ciência,
Metafísica, Arte e Filosofia para extrair algum sentido da vida,
para que se sentissem mais seguros dentro de si mesmos; e, não raro,
para que controlassem a vida a fim de se sentirem mais seguros fora
de si mesmos.
Os xamãs inventaram uma solução própria para o problema do
significado, utilizando uma extensão lógica das idéias de que tudo é
um sonho e de que o mundo é o que você pensa que ele seja. Se isto
for aceito como suposições básicas, então obviamente todos os
significados são inventados e a Verdade Absoluta é o que você
decidir que ela seja. O significado da experiência depende de sua
interpretação dessa verdade ou de sua decisão de aceitar a
interpretação de outra pessoa; e a decisão de aceitar uma suposição
básica é igualmente arbitrária. Portanto, todos os sistemas que
descrevem a vida e como ela opera são arbitrariamente elaborados ou
inventados com base em certas decisões de se aceitar certas
interpretações de certas experiências. Assim, o que realmente
importa não é se um sistema em particular é verdadeiro (um conceito
arbitrário); mas sim se ele funciona bem para você. O sistema
conhecido como Huna , com seus sete princípios, é reconhecido como
sendo tão arbitrário e inventado quanto qualquer outro sistema.
Assim, não é ele apresentado como sendo a Verdade, mas como um
conjunto de hipóteses que permitem a você praticar o xamanismo mais
eficazmente. É como que aprender as escalas musicais ou as regras
da perspectiva na pintura, para que você possa praticar essas artes
com maior eficácia. Os princípios de qualquer arte ou ofício são
úteis para a prática destes; porém, não necessariamente são
aplicáveis a um outro tipo diferente de arte ou ofício ou a um outro
aspecto da vida. Eis porque os sete princípios a serem apresentados
aqui não o serão como se dogmas fossem; eis porque eles não têm de
ser defendidos. Se eles funcionarem para você, utilize-os; do
contrário, então use alguma outra coisa. O xamã sábio se sente
livre para modificar sistemas à vontade, segundo a situação que tem
em mãos. Este corolário também permite uma grande gama de
tolerância para com outros sistemas, porque eles não são vistos como
antagônicos ou ameaçadores, mas como meramente pontos-de-vista
diferentes."
Exercício: Explorando o Poder do Pensamento
EXERCÍCIO DE CURA ENERGÉTICA
1. Feche os olhos. Respire profundamente três vezes.
Visualize o sol, grande, brilhante, quente. Sinta seu calor, seu
poder, sua energia, sua luz. Perceba que o sol é vida e possui
qualidades depurativas e curativas extraordinárias.
2. Miniaturize o sol - apenas o tamanho, não as suas
características ou poder. Traga-o para dentro de uma bola de
aproximadamente 30cm. de diâmetro, postada logo acima da cabeça.
3. Vagarosamente, e sem perder a noção de sua força e poder de
cura, traga essa bola de sol para baixo, fazendo-a penetrar no alto
da cabeça, entrando pelo corpo, e fazendo com que ela cure todo ou
seu ser; ou, se assim preferir, concentre-a em uma parte específica
do corpo.
4. Imagine que o local desejado - seu corpo todo ou uma parte
dele - está sendo curado nesse momento.
5. Agradeça e devolva a luz para o sol, até precisar dela
novamente.
6. Respire profundamente três vezes e abra os olhos."
Urbano, não traduzido nem publicado em português).
Pensamento, 1981.