Primeira Parte
Cida Medeiros fala sobre os traumas infantis.
Segunda Parte
Cida Medeiros fala sobre os traumas infantis.
Segunda Parte
Bem Vindo ao Blog Cida Medeiros!
Movimento Sistêmico * Pensamento Sistêmico * Autoconhecimento * Cultura de Paz * Inteligência Universal * Kahunas - Identidade do Eu * Terapia Holística * Meditação
FERNANDO PESSOA
Como é por dentro outra pessoa?Quem é que o saberá sonhar?A alma de outrem é outro universo.Com que não há comunicação possível,Com que não há verdadeiro entendimento.
Nada sabemos da alma
Senão da nossa;As dos outros são olhares,São gestos, são palavras,Com a suposição de qualquer semelhançaNo fundo.1934
Considerei importante postar esse e-mail que recebi que leva-nos a fazer um boa
reflexão sobre nossos valores culturais, educacionais e que envolve a cidadania
brasileira em sua mais preciosa idade:
A infância!
Depoimento:
Eu, um Brasileiro morando nos Estados Unidos, para ajudar no
orçamento, estou fazendo 'bico' de babá. Ao cuidar de uma das meninas
uma vez cantei 'Boi da cara preta' para ela, antes dela dormir. Ela
adorou e essa passou a ser a música que ela sempre pede para eu cantar
ao colocá-la para dormir.
Antes de adotarmos o 'boi, boi, boi' como canção de ninar, a canção
que cantávamos (em Inglês) dizia algo como:
Boa noite, linda menina, durma bem.
Sonhos doces venham para você,
Sonhos doces por toda a noite '
Que lindo, né mesmo!?
Eis que um dia Mary Helen me pergunta o que as palavras, da música Boi
da cara preta' queriam dizer em Inglês.
Boi, boi, boi, boi da cara preta, pega essa menina que tem medo de
Careta... (???)
Como eu ia explicar para ela e dizer que, na verdade, a música 'boi Da
cara preta' era uma ameaça, era algo como 'dorme logo, caramba,senão o
boi vem te comer'?
Como explicar que eu estava tentando fazer com que ela dormisse com
uma música que incita um bovino de cor negra a pegar uma cândida
menina?
Claro que menti para ela, mas comecei a pensar em outras canções
Infantis, pois não me sentiria bem ameaçando aquela menina com um boi
toda noite...
Que tal!
'Nana neném que a cuca vai pegar'?
Caramba!... Outra ameaça!
Agora com um ser ainda mais maligno que um boi preto!
Depois de uma frustrante busca por uma canção infantil do folclore
Brasileiro que fosse positiva me deparei com a seguinte situação:
O brasileiro tem é trauma de infância!!!! Trauma causado pelas canções
infantis!!!!
Exemplificarei minha tese:
Atirei o pau no gato-to-to ... Mas o gato-to-to não morreu-reu-reu ..
Para começar, esse clássico do cancioneiro infantil é uma demonstração
clara de falta de respeito aos animais (pobre gato) e incitação à
violência e a crueldade. Por que atirar o pau no gato, essa criatura
tão indefesa? E para acentuar a gravidade, ainda relata o sadismo
dessa mulher sob a alcunha de ' D.Chica'.
Uma vergonha!
Eu sou pobre, pobre, pobre, De marré, marré, marré. Eu sou rica, rica,
rica, De marré de si.
Colocar a realidade tão vergonhosa da desigualdade social em versos
tão doces!! É impossível não se lembrar do amiguinho rico da infância
com um carrinho fabuloso, de controle remoto, e você brincando com seu
carrinho de plástico... Fala sério!!!
Vem cá, Bitu! Vem cá, Bitu!
Vem cá, meu bem, vem cá!
Não vou lá! Não vou lá, Não vou lá!
Tenho medo de apanhar.
Quem foi o adulto sádico que criou essa rima? No mínimo ele Espancava
o pobre Bitú.....
Marcha soldado, cabeça de papel!
Quem não marchar direito, Vai preso pro quartel.
De novo, ameaça! Ou obedece ou você vai se fu... Não é à toa que o
brasileiro admite tudo de cabeça baixa...
A canoa virou,quem deixou ela virar,
Foi por causa da (nome de pessoa) Que não soube remar.
Ao invés de incentivar o trabalho de equipe e o apoio mútuo, as
crianças brasileiras são ensinadas a dedurar e a condenar um
semelhante.
Samba-lelê tá doente, tá com a cabeça quebrada.
Samba-lelê precisava é de umas boas palmadas.
A pessoa, conhecida como Samba-lelê, encontra-se com a saúde
Debilitada e necessita de cuidados médicos. Mas, ao invés de compaixão
e apoio, a música diz que ela precisa de palmadas! Acho que o
Samba-lelê deve ser irmão do Bitú!!!...
O anel que tu me deste Era vidro e se quebrou.
O amor que tu me tinhas Era pouco e se acabou...
Como crescer e acreditar no amor e no casamento depois de ouvir essa
passagem anos a fio???
O cravo brigou com a rosa. Debaixo de uma sacada; O cravo saiu ferido.
E a rosa despedaçada.
O cravo ficou doente, A rosa foi visitar; O cravo teve um desmaio, A
rosa pôs-se a chorar.
Desgraça, desgraça, desgraça!
E ainda incita a violência conjugal (releia a primeira estrofe).
Precisamos lutar contra essas lembranças, meus amigos! Nossos filhos
merecem um futuro melhor!
Ah!!! você esqueceu desta:
Passa, passa três vezes... A última que ficar tem mulher e filhos que
não pode sustentar...
Aí começa o desemprego
É pra rir ou pra chorar ? rs
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Cris Hiromita