Estar com Amma, foi uma experiência profunda e tocante, sua entrega e amor incondicional me fez rever muitos dos meus valores "Ocidentais".
Sua obra assistencial e a abrangência mundial de seus atos assinam sua bondade, misericórdia, amor e entrega devocional.
Me senti muito tocada por toda a organização e todo o voluntariado em torno da realização do evento.
Só mesmo um "Ser" tocado pelo Divino e incorporando ações de amor e sabedoria e capaz de sustentar um trabalho de tamanha envergadura moral e espiritual.
Recebi meu primeiro darshan em 01 de agosto de 2007. Na parte da manhã, por volta das 11:30 hs. Confesso que ao abraçá-la, fui tocada de maneira tão intensa e profunda que quase fiquei inconsciente, ela me olhou com um olhar de amor e reconhecimento e novamente me abraçou e pediu para os voluntários que me ajudassem a sair e sentasse do lado, onde estavam os voluntários que assistiam de perto, Amma, abraçar, abraçar e abraçar...
Com toda a amorosidade dos voluntários, tocados também por sua presença amorosa e santa, fui amparada e conduzida a sentar juntos ao grupo de voluntariados que estavam enfileirados a sua esquerda, e lá fiquei, por algum tempo, e me perdi no tempo... voltei totalmente para dentro de mim, num estado de graça e contentamento e sem conseguir palavras para expressar o que sentia. Levei um bom tempo para voltar a mim.
Quando consegui abrir os olhos novamente, sentia um desejo infinito de fechar os olhos novamente e entrar em comunhão com o Divino e simplesmente deixar nutrir meu espirito de tamanha vibração Divina.
Os cânticos sagrados, eram como tapetes que faziam voar a dimensões sutis...moradas das divindades hindus. Repletas de luzes, cores e sons. Com riqueza de vibrações que se assemelhavam a um tesouro em espécie de luz. Reluzia, emanava, vibrava e nutria.
Fui tocada profundamente por essa experiência e fui ficando no salão enquanto meus amigos foram passear por Copacabana Eu simplesmente não pude ir. Não quis ir. Neste momento pude perceber o encontro delicioso comigo mesmo e o estado de paz e comunhão com a vibração dos que estavam lá, e então fiquei.
Era profundamente tocante observar pessoas chegando, de vários lugares, vários idiomas, vários jeitos de ser, uns sendo conduzidos por seu parentes, sem condição de andar, outros idosos com andar lento, na busca de algo, que só eles podiam saber.
Eram crianças, jovens. adultos, mulheres, homens, bebes, idosos, era impressionante ver a peregrinação que se seguia, por todos para pegar a senha, enfrentar imensas filas para enfim caminhar de joelhos no final, num gesto de humildade e reverência ao sagrado, nos instantes antes de abraçá-la.
Eu já havia saído e voltado varias vezes do salão... Fui me alimentar no restaurante vegetariano, cuidado pelos voluntários da Amma, sai lá fora, via gente chegando, de táxi a pé, de ônibus, era impressionante, não parava de chegar gente e sair gente.
Quando voltei para o salão, lá estava ela, depois de horas, sem comer absolutamente nada e nem beber nada a abraçar as pessoas, com um sorriso e um profundo abraço sentido.
No salão, um telão, a câmera a focava e os abraços, e tudo se seguia por horas a fio.
Estava cansada e lá perto dela, do lado direito, devotos em meditação, sentados, cumpriam seu momento divino, lá, vi, com coragem alguém que se deitava, para repousar o corpo, e então me encorajei a fazer o mesmo, afinal tinha sido difícil a viagem de SP ao RJ, estava sem dormir adequadamente, e então, repousei e desliguei. Dormi profundamente ao som dos Cânticos devocionais dos Swamis. Foi um mergulho interno, somando o descanso do corpo ao descanso do espirito, como uma bálsamo.
Quando voltei em mim, novamente, sentei, e meus olhos foram em busca de Amma, e lá estava ela, com um sorriso resplandecente e seguindo com os abraços intermináveis.
Fique atônita e perplexa! Como ela podia aguentar? Só mesmo o Divino abençoando e sustentando seu corpo. Era inexplicável.
E o tempo foi seguindo, e lá pelas tantas. Lembrando que cheguei 6h40, mais ou menos e tinha apenas umas quarenta pessoas na minha frente que já haviam chegado. Lá no comecinho da fila, meu amigo Antonio, que também tinha embarcado rumo ao rio com apenas 15m de diferença.
O evento iria começar as 10:00hs, com a meditação e o inicio dos darshans, eu era A1, acredito que em cada A1 havia umas 100 pessoas.
O dia se seguiu e fiquei por lá fisicamente até as 23 horas. Onde com meus amigos Alexandre Chagas, Eliana Mattos e Marlene seguimos de volta para São Paulo.
Todos estávamos, passados e embriagados pelo divino.
No final, ela terminou de abraçar a última pessoa da ultima letra do alfabeto da parte da manhã e foi descansar por mais ou menos duas horas.
Retornou ao salão, mais ou menos oito horas da noite, seguiu fazendo uma palestra maravilhosa, onde os ensinamentos traziam a consciência ao ego da necessidade de transcendência e da busca por valores humanos.
Seguiu-se por cânticos e depois, lá pelas 22:30 iniciou o jornada dos abraços de pessoas que vieram de manhã e não conseguiram senhas e de outras que chegaram à tarde. E sabíamos que partiríamos e que ela viraria a noite até abraçar novamente a última letra do abeçedalho. Acredito que por volta de 2500 a 3000 foram abraçadas a cada contagem de senhas que iam do A ao Z, seguido de um numero. Quando fui embora estava no A4. Talves 4 x 2 500, quem sabe ate aquele momento Amma já havia abraçado umas 10.000 mil pessoas.
Realmente me senti profundamente tocado por esse evento.
Foi um momento de transcendência para mim.
Eu me via como um Ser e me via como um Ego.
E quando percebia meu ego em sua tagarelice usual, eu sentia vergonha e remorso e percebia o quanto eu feria pessoas através da minha critica e postura julgadora.
Amma, revestiu sua fala com incontáveis gotas de sabedoria e exemplos.
Um das coisas mais tocantes em sua palestra foi quando ela contou uma história com ensinamento das relações interpessoais, e fez nos ver, de quanto despreparados estamos para entrar no momento do outro.
Muitas vezes invadimos e não respeitamos o momento em que se encontra a pessoa. Muitas vezes abordamos o outro, sem ouvi lo, sem se interessar em saber como aquela pessoa esta. Chegamos e vamos despejando as coisas, sem saber as condições, mentais, emocionais, espirituais e corporais em que se encontram. Se esta bem, se esta sofrendo, se tem dor, se esta doente, como se encontra.
Dai eu penso:
Com a globalização e a violência do capitalismo selvagem a política invacionista é uma prática muito comum em nossa sociedade. Invadir, sobre todos os sentidos, não respeitando o silêncio, a privacidade do outro e nem tão pouco seu espaço pessoal.
E isso também é muito comum na Internet, com Spam e anúncios o tempo todo entupindo nosso universo virtual e com uma mecanização de mensagens, sem teor pessoal e sem humanização.
Por isso, considero divino a arte do encontro. Quando dois ou mais seres se encontram na hora certa, no momento certo, na disponibilidade amorosa de entrega e confiança. Ou quando se cria pela boa vontade o estado de espirito necessário a comunhão e a partilha.
Mais voltando a Amma, em sua palestra.
E por ai, seguiu, milhares de outros toques de sabedoria.
Com a vergonha, seguiu-se a consciência.
Realmente me sinto em outra frequência vibratória. Hoje já se passou 24 horas do ultimo momento que ví Amma e os Swamis e ainda me sinto em estado de êxtase.
Aos poucos vou voltando. Afinal a vida humana se segue, e ao menos que eu queira sair do mundo das ilusões e viver uma vida monástica, eu tenho que equilibrar os mais diversos níveis de realidade de meu Ser.
Quem quiser acesso ao site de Amma no Brasil:
www.amma.org
Na Índia com um imenso acervo de fotos e videos de seu trabalho:
www.amritapuri.org
Centro de Meditação Amma São Paulo
Rua Inhambu, 1266, Moema, Fone 5543-4088