Bem Vindo ao Blog Cida Medeiros! Caleidoscópio do Saber com Cida Medeiros: Uma Nova Perspectiva para Crianças Autistas

Uma Nova Perspectiva para Crianças Autistas



Uma Nova Perspectiva para Crianças Autistas com o Método Pikler e a Abordagem de Fröbel

“Um Futuro com Mais Possibilidades”


Quando uma criança recebe o diagnóstico de autismo, como aconteceu com a filha de menos de dois anos da minha amiga, surgem muitas dúvidas: como apoiá-la da melhor forma? Quais caminhos podem oferecer mais acolhimento e possibilidades reais de desenvolvimento?

Recentemente, conheci uma proposta pedagógica que pode fazer a diferença: a combinação entre o Método Emmi Pikler e a abordagem de Friedrich Fröbel, adotada por algumas escolas voltadas à primeira infância. Essa união valoriza o ritmo individual de cada criança, promove a autonomia, o movimento livre e, ao mesmo tempo, incentiva a brincadeira simbólica e a estimulação sensorial — recursos fundamentais para o desenvolvimento global da criança.

Neste texto, compartilho o que venho aprendendo, com o desejo sincero de contribuir com mães como minha amiga, que buscam caminhos novos para apoiar o florescimento de seus filhos. Porque, no fundo, toda mãe carrega em si uma chama viva de esperança — aquela força silenciosa que deseja ver os filhos avançando, superando limites e vivendo o melhor que for possível. Essa busca é puro amor em movimento, criando pontes que suavizam os desafios e abrem espaço para mais sorrisos, descobertas e alegria.

O que são o Método Pikler e a Abordagem de Fröbel?


O Método Pikler, criado pela pediatra húngara Emmi Pikler, foca em permitir que a criança explore o mundo no seu tempo, com liberdade de movimento e sem pressões. Já a abordagem de Friedrich Fröbel, educador alemão considerado o pai da educação infantil, valoriza o brincar como meio de aprendizagem e desenvolvimento. Ele foi o criador do termo “jardim de infância” e acreditava que a criança floresce quando pode brincar com liberdade e com materiais que estimulem seus sentidos e sua criatividade.

Em uma escola que visitei, para observação, com supervisão, pesquisa e aprendizado, que combina esses dois enfoques, vi como as crianças — incluindo duas com diagnóstico de autismo — participavam das atividades de forma integrada e respeitosa. O ambiente favorecia o vínculo afetivo, o desenvolvimento motor, a exploração sensorial e o brincar simbólico.

Ali, percebi como o espaço se transforma quando há tempo e presença. Atrasos na fala ou no desenvolvimento não são vistos como um problema, mas como parte da diversidade humana. O brincar se torna um território de pertencimento, expressão e conexão.

Como isso pode apoiar crianças autistas?

Sabemos que crianças com autismo podem enfrentar desafios motores, sensoriais e sociais. Mas também sabemos que, nos primeiros anos de vida, o cérebro é altamente plástico — ou seja, está em constante construção, formando novas conexões com base nas experiências (Ganguly & Poo, 2013).

O movimento livre, um dos pilares do método Pikler, pode apoiar o desenvolvimento motor, enquanto o brincar sensorial e simbólico, proposto por Fröbel, estimula linguagem, atenção compartilhada e interação social (Mohd Nordin & Ismail, 2021). Além disso, a convivência com outras crianças em ambientes inclusivos ativa os chamados neurônios-espelho, relacionados à imitação e ao aprendizado social (Rizzolatti & Craighero, 2004) — áreas que merecem atenção especial no autismo.

Na escola que observei, uma criança autista de dois anos, mesmo com atraso na fala, brincava feliz com os colegas, com apoio atento dos educadores. Esse tipo de experiência reduz o isolamento e fortalece vínculos — algo essencial para o bem-estar emocional e o desenvolvimento integral de qualquer criança.

Por que considerar uma escola assim?


Se minha amiga está prestes a mudar de bairro, talvez essa seja uma boa oportunidade para procurar uma escola com proposta inclusiva, inspirada em metodologias como a de Pikler e Fröbel. Mesmo que sua filha mais nova conviva com a tia — Maria Clara, uma criança de 11 anos com autismo, deficiência intelectual e TDAH —, um novo ambiente escolar pode oferecer estímulos diferentes e um suporte afetivo e profissional ajustado às necessidades de cada uma.

Mais do que adaptar a criança ao ambiente, escolas assim se adaptam à criança. Respeitam seu tempo, acolhem suas formas de ser e criam espaço para o florescimento de potenciais únicos. Isso traz ganhos não apenas cognitivos, mas afetivos — e nutre o sentimento de pertencimento.

Um convite à reflexão


Com tudo isso, acredito que abrir-se a novas possibilidades pode transformar o presente e o futuro de uma criança. Se você é mãe, como minha amiga, e sonha com o melhor para sua filha, vale a pena conhecer escolas que priorizem a autonomia, a inclusão e o brincar como linguagem da infância.

Não é apenas sobre ensino. É sobre criar um espaço onde sua cria possa ser quem ela é — com apoio, com escuta, com amor. Converse com educadores, visite escolas, pergunte sobre metodologias como Pikler e Fröbel. Pode ser o começo de uma jornada linda, rica em descobertas e afeto.

Cida Medeiros

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