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Revolução na Saúde Mental?

 


Estamos vivendo uma revolução na saúde mental — e talvez você ainda não tenha percebido

Durante décadas, fomos ensinados a acreditar que o sofrimento psicológico é como uma doença escondida. Algo que precisa ser diagnosticado, rotulado e tratado — de preferência com a promessa de uma cura definitiva. Mas e se essa visão estiver incompleta? E se estivermos tratando sintomas, enquanto ignoramos o que realmente nos faz florescer?

Essa é a provocação trazida por Steven C. Hayes, PhD, um dos criadores da Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT), no episódio “Days Are Getting Better”, do seu podcast.

“Há uma mudança profunda e inegável acontecendo. A maneira como entendemos a saúde mental e como cuidamos uns dos outros está mudando, à medida que o antigo modelo, enraizado em diagnósticos e transtornos, está mostrando suas rachaduras.”
— Steven C. Hayes, PhD

O modelo antigo: eliminar a dor, a qualquer custo

O modelo biomédico tradicional se baseia na lógica do diagnóstico: identificar transtornos mentais como se fossem doenças físicas — como se a depressão fosse como uma infecção, ou a ansiedade como uma gripe emocional.

Essa abordagem, embora tenha oferecido avanços importantes, também nos trouxe frustrações. Afinal, a promessa de “cura” nem sempre se realiza. Muitas pessoas continuam sofrendo, mesmo após anos de tratamento.

A nova abordagem: cultivar uma vida com sentido

Segundo Hayes, estamos entrando em uma nova era. Uma era em que os processos psicológicos de mudança ganham destaque — e o foco deixa de ser simplesmente “acabar com a dor” para se tornar “como viver bem apesar dela”.

A ACT é uma das protagonistas dessa mudança. Em vez de tentar eliminar pensamentos negativos ou sensações dolorosas, ela ensina a acolher a experiência interna com abertura e a agir em direção ao que realmente importa.

Ou seja: menos luta interna, mais conexão com seus valores.

Saúde mental como estilo de vida

Hayes também propõe um ponto essencial: saúde mental não é algo que você trabalha apenas na terapia, uma vez por semana. É algo que se constrói nas escolhas diárias, nos valores que você vive, nos hábitos que você cultiva.

Esse olhar mais dinâmico e personalizado transforma completamente a prática clínica e a vida de quem busca apoio psicológico.

Um exemplo vivo: dor crônica e o trabalho de Lance McCracken

Um exemplo poderoso dessa mudança está no trabalho do Dr. Lance McCracken, especialista em ACT aplicada à dor crônica. Ele demonstrou que, quando as pessoas deixam de lutar contra a dor e passam a aceitá-la com consciência e propósito, elas vivem melhor — mesmo que a dor continue presente.

Essa mudança de foco, do controle para o compromisso com a vida, é o que tem possibilitado alívio real, duradouro e humano.


Conclusão: uma nova forma de cuidar da mente e do coração

A revolução silenciosa que Hayes menciona já começou — e você pode fazer parte dela. Seja como profissional da saúde mental ou como alguém em busca de mais autenticidade e liberdade interior, essa nova forma de enxergar o sofrimento humano abre portas para algo muito mais profundo do que a ausência de dor: a presença de sentido.

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Quer se aprofundar?
Escute o episódio completo de Days Are Getting Better com Steven C. Hayes.
E acompanhe o trabalho de Lance McCracken, referência na aplicação da ACT à dor crônica.

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