"Na família, às vezes, certas pessoas são excluídas ou desaparecem de nossa memória. Não se pensa mais nelas. Ou ainda estamos ligados a alguém que já está morto há muito tempo ou estamos zangados com alguém da família e não queremos mais saber dele.
O que acontece quando sinto a perda de alguém por muito tempo?
Uma parte de minha alma fica com ele ou ela, e isso pesa não somente sobre mim, mas também sobre ele ou ela. Contudo, se coloco novamente dentro de mim o que deixei com a outra pessoa, ela fica livre. Se coloco essa pessoa em minha alma, com amor, como um todo, como ela é, fico enriquecido e, o que é estranho, é que também me liberto dela. Através do 'tomar com amor' conquistamos a outra pessoa, e ela se torna uma parte de nós. Ao mesmo tempo, nos libertamos dela e ela se liberta de nós.
Um exemplo simples: se eu der aos meus pais, com amor, um lugar em minha alma, eu os tenho, sinto-me pleno e ricamente presenteado.
Ao mesmo tempo, estou também separado deles. Estou liberto deles, porque eu os tomei.
Essa é, portanto, a estranha contradição: através do tomar, fico enriquecido, e ao mesmo tempo, livre. A outra pessoa também fica livre de mim, porque a tomei com amor. Ela não perde nada se tomei algo dela. Muito pelo contrário, enriquece com isso. E vice-versa, se eu me recuso a tomar algo, os dois empobrecem: aquele que quis me dar algo e eu, que me recusei a tomar algo." - Bert Hellinger
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