Renúncia também pode ser considerado um ato espiritual, para o aprimoramento do
espirito, para elevação, e para se alcançar um bem maior.
Todo ato que dignifica o ser numa escala de valores morais e éticos precede sempre
um ato de renúncia face a jornada da alma rumo a Ascensão Espiritual.
Não é nada fácil para o aspirante do caminho sagrado seguir a estrada de
valores humanos e a senda do meio.
Subir um degrau de entendimento, na escalada divina, nos obriga a nós diferenciar,
não para ferir o outro, mais para estar com a consciência em paz e tranquilo pelo
cumprimento de dever.
Porém, pasme, muitos se afastam.
Não compreendem que o que fazemos é para nos mantermos em sintonia com as
virtudes do espirito.
Queremos alcançar o voo da águia, e nos deparamos, com as bicadas das rapinas.
Queremos promover a paz, e nos deparamos com a guerra.
Renunciamos a guerra e nos deparamos com a indiferença.
Alcançamos méritos, por esforços dignos e nós deparamos com a inveja dos que
não sabem celebrar e reconhecer suas próprias vitorias.
Tenhamos que definitivamente renunciar ao protótipo modelo social e nos conscientizar
da quantidade de energia que cada um carrega para cumprir sua jornada.
Definitivamente, renunciar modelos, que mais nos oprime que nos ajuda.
Encontrar o senso de limite e se fortalecer naquilo que cada um é.
E a partir de sua realidade interior, construir um novo caminho.
Curar a si mesmo, antes de mais nada significa reconhecer a si mesmo.
Vamos honrar o caminho trilhado por cada um, silenciar diante das diferenças.
Se somos obra de Deus, devemos sustentar uma quantidade possível de sua energia
amorosa em nossos espíritos, porém, jamais querer sê-lo.
Podemos ser inteiros, mas jamais seremos perfeito. A perfeição não é humana, a
perfeição é um ato divino, a ser alcançado por inúmeros planos de consciência.
E muitos deles, não estão ao alcance da matéria. Só para Budhissatwas.
Muitos degraus de consciência são necessários subir para alcançar níveis superiores
de entendimento e graus superiores de compreensão.
Na vida, somos confrontados inúmeras vezes com situações das quais é difícil abrir mão
mas que embora nos cause pesar, dor e lamentação, o melhor caminho é fazer a renuncia.
O que podemos renunciar:
- Uma postura de superioridade, que mascara uma vulnerabilidade interior.
- Abrir mão de convicções que se defrontam com a realidade e a fazem desabar.
- Flexibilizar uma postura regida de superioridade moral quando defrontado com a sombra.
- Um saber que se confronta com um saber superior e desaba as crenças antigas.
- Renuncia por um ideal que se mostrou intangível. E adequar-se aos limites da realidade.
- Uma auto-imagem idealizada que mascara o eu mais profundo.
- Valores duvidosos para se seguir rumo a novos valores.
- Renuncia como ato de pura humildade, quando percebemos o limite de uma situação.
- Deixar ir, muitas vezes pessoas que amamos, numa entrega absoluta, para que uma nova ordem se estabeleça.
- Sair de uma posição de soberbia e se adequar a um novo padrão econômico.
- Renunciar a uma crença, para se atingir uma meta maior.
- O Orgulho, a vaidade, a postura de superioridade que só fere o outro.
Para complementar este artigo, escrito por mim, Cida Medeiros, venho transcrever as
palavras de Bert Hellinger, do Livro Ordens do Amor, da editora Cultrix: Onde a
referencia da renúncia se faz no processo das Constelações Familiares, onde
muitas vezes temos que renunciar uma percepção de realidade e se abrir para um
conhecimento novo. Mais amplo, mais enriquecedor, porém, assustador, face a descoberta
de enigmas ocultos.
Bert Hellinger, diz:
O primeiro pressuposto para alcançar essa compreensão é a ausência de intenção.
Quem mantém intenções impõe à realidade algo de seu; talvez pretenda alterá-la a partir de
uma imagem preconcebida ou influenciar e convencer outras pessoas de acordo com ela.
Procedendo assim, procede como se estivesse numa posição superior face à realidade;
como se ela fosse um objeto para a sua subjetividade e não fosse ele, ao invés, o objeto da realidade.
Aqui fica evidente o tipo de renúncia exigida de nós para abdicarmos de nossas intenções,
inclusive das boas intenções. Além do mais, o próprio bom senso exige essa renúncia,
pois a experiencia nos mostra que frequentemente sai errado o que fazemos com boa intenção
ou até mesmo com a melhor das intenções. A intenção não substitui a compreensão.
Cida Medeiros
Cida Medeiros
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Bem vindo! Deixe aqui seu comentário.