São os acontecimentos que nos pegam de supetão e nem temos tempo de raciocinar sobre o que esta acontecendo e quando vemos... já foi...ou já era.
Lendo um trecho do livro de Bert Hellinger sobre a Dor e a Separação*, meditando sobre isso e sobre os acontecimentos que nos chegam sem aviso, resolvi então escrever esse post.
Quando em um relacionamento a ofensa conduz a separação, a dor e a expiação vem na forma de sofrimento para todos os envolvidos. As vezes pensamos que um foi a "vitima" e o outro foi o "agressor" e portando o "culpado". Essa "Consciência Pessoal" que Bert cita em suas obras, sempre busca o culpado e exclui para compensar o sistema, quando há uma ofensa que põe em risco "determinadas crenças, costumes ou valores" de um determinado núcleo familiar ou grupal.
Porém se Meditamos com total entrega e solicitude podemos perceber que todos são de alguma forma vitimas e agressores. Tomados por "Algo bem Maior", que transcende a compreensão linear dos acontecimentos. Quando fazemos isso, conectamos com o movimento da "Grande Alma" que passa a atuar em nossa compreensão, e agindo no tempo adequado, nos libera dos efeitos que os acontecimentos inesperados nos trazem.
Então as vitimas e os culpados são absorvidos dentro de um contexto muito maior, que o voo da águia é capaz de nos abrir em nossa visão interna, para ver os acontecimentos além do pessoal e perceber que todos somos vitimas de acontecimentos sociais, culturais, educacionais, políticos, transgeracionais, de forças que estão além de nossa compreensão e entendimento, que causam os acontecimentos e das quais todos nós somos vitimas e agressores ao mesmo tempo.
Forças que nos tomam...e que nos conduzem a um outro nível de compreensão e entendimento diante da vida.
Podemos nos separar momentaneamente de pessoas queridas, isso acontece para que outras forças atuem de modo a nos conduzir a um crescimento maior.
Quando no âmbito pessoal percebermos que os limites que precisamos estabelecer para o nosso próprio bem, paradoxalmente nos conduzem a perda e a separação e nos causam dor e sofrimento no primeiro momento, por outro lado, forças começam a atuar para nos levar adiante.
Quando conseguimos desenrolar o fio do novelo emaranhado e cada coisa vai para seu devido lugar, devolvemos aquilo que não nos pertence e reconhecemos nosso lugar, um novo fluxo de energia curativa é emanado e então adquirimos força interior e sustentamos nossa decisão a partir de uma energia espiritual que nos Guia.
O paradoxo está ai...Apesar de separados, estamos reconciliado com algo maior.
Tristes, mais confortados.
E nos deixamos aberto...
Assim o que tiver que voltar volta e o que tiver que se afastar é afastado.
Precisamos dessa confiança absoluta e entrega que algo maior essa movendo os acontecimentos de modo a nos conduzir a um crescimento muito maior, saber esperar. Dar um Tempo. Suportar o vazio da travessia, ficar sem garantias por um tempo.
Deixar que a compreensão possa fazer morada em nosso coração. Buscar a verdade e a autenticidade daquilo que ainda não é possível. Entender os limites. Isso é um grande ato de amor próprio. É auto-respeito.
Assim, permitir que ondas de entendimento nos chegue. Abrir-se para isso.
Assim somos conduzidos a outras etapas de crescimento interior.
Quando o infortúnio nos chega, precisamos acolhê-lo com amor. Aceitá-lo. Vê-lo. Ouvi-lo. Dizer Sim.
Esse passo nos dá Grandeza de Ser. E Humildade diante da vida.
Aceitando totalmente ocorre um total paradoxo nos fenômenos que nos ocorre.
Aceitando primeiramente o tsunami com todos os seus prejuízos e então aceitando plenamente o Designo do Divino, aceitando as vezes o luto e a dor da separação, algo nos move adiante e nos dá força.
Quando essa clareza nos chega, desviamos o olhar do pessoal e vemos muito além de tudo...nos reconciliamos com amor e com amor já é possível a renúncia da dor e do sofrimento.
Não é mais preciso expiar a dor...fomos além.
Nos reconciliamos com a vida.
E estão, estamos separados...porém reconciliados com algo bem maior, que nos alimenta e nos sustenta.
Porque as vezes acontece da separação ser inevitável e por muito tempo...
E esse tempo já não nos pertence mais...pertence a Deus.
Bert Hellinger, diz que isso é uma forma humilde de perdoar. De render-se a impotência. Ambos a vitima e o agressor se submetem ao destino imprevisível, se liberam totalmente da culpa e são entregues a si mesmos.
Já não é mais possível uma relação no momento.
Porém saímos inteiros.
Isso que importa diante de qualquer fatalidade.
E o amor então, tem uma nova chance de acontecer, desde um outro lugar.
Depois de um profundo desapego.
Se quiser saber mais sobre a parte teórica que inspira esse texto, leia:
* "O Amor do Espírito" na Hellinger Sciencia - Ed. Atman de Bert Hellinger.
Cida Medeiros
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