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Algumas Considerações sobre o trabalho de Constelação Familiar


Hoje foi um trabalho muito bom em Constelações Familiares.

Fizemos 3 Constelações e contamos com vários participantes que ajudaram a dar sustentação a esse trabalho.

A primeira Constelação dizia respeito a Obsessão, por fim, caminhamos até a 3 geração dos avós para compreender a dinâmica oculta presente no Campo Familiar e perceber a influência ainda presente como uma "personalidade" atuando no momento presente de forma negativa. Uma experiência riquíssima de um grande aprendizado para todos nós.



Tentei deixar bem claro na mente de todos os participantes a questão do "Campo", Bert Hellinger fala dessa campo como dotado de saber e utiliza o termo Alma para designar esse campo de saber e destiná-lo a compreensão do que se "revela" nas dinâmicas ocultas. E sempre foge ao esperado, a história que já temos pronto em nossa mente e que acreditamos como sendo a única possibilidade.

Ficou claro para mim a questão do controle e da dificuldade de entrega que o ser humano carrega em si.

Um padrão que pode estar sendo repetido à gerações sem que as pessoas possam se dar conta desse mecanismo que faz com que a pessoa crie distorções profundas em relação a vida e sua maneira de se relacionar com as pessoas a sua volta.

E como é difícil a entrega...

E nessa entrega que procuramos ouvir o "Campo da Alma Familiar" e ao escutar "algo vai se revelando", é esse campo de sabedoria que busca encontrar soluções que transcendem por demais a nossa imaginação.

A segunda Constelação foi abordado o sintoma de ansiedade e medo do futuro, na medida que fomos adentrando no Campo Informacional desse Sistema Familiar fomos de encontro com duas pulsões básicas: -  a vida e a morte. Existia uma dor relacionada a infância, uma perda, onde a morte ficou como pano de fundo.

Quero fazer algumas considerações aqui: Quando existe algo profundamente inconsciente a forma dessa pulsão reprimida encontrar caminho para ser visto pode ser através das doenças, dos sintomas, dos medos que aprisionam e dificultam a pessoa a agir com naturalidade na vida. A pessoa sente que o que ela experimenta é demais, é além do normal, "algo" dentro, quer encontrar uma resposta e uma solução. Nem sempre compreendemos as Dinâmicas Ocultas do Inconsciente. A mente tenta relutar e ocultar, mas isso é um mecanismo de defesa para algo que pode ser por demais doloroso. Daí surge os sintomas.

Quando trazemos a compreensão do Campo, transcendemos a visão de uma única pessoa numa dada experiência e percebemos um campo que atua em todos os envolvidos, trazendo para cada um uma certa maneira de lidar com aquele "Campo" que atua em gerações. As vezes, surpreendentemente o que se revela é um profundo medo da morte, por exemplo, uma identificação, uma vontade de saber e conhecer mais sobre esse aspecto da vida humana. Nem sempre temos permissão para falar sobre esse assunto pois a "cultura" reprime, nega, dificulta, e não sabe lidar com a morte. É importante encarar a morte como parte da vida. A morte sem "Intenções", sem "projeções" sem tudo que jogamos nela, é algo muito interessante de se perceber. É natural e uma passagem para uma outra dimensão. É bom olhar para morte e encará-la, pois assim, liberamos nossos pesos em relação a mesma e a vida então tem uma chance maior de acontecer, também sem intenções, sem projeções, expectativas e sim como um fluxo.

A culpa também é uma questão que se atrela à vivencias de perdas e pode estar por detrás disso e a culpa também é herdada de nossos antepassados. Por isso, a pessoa busca expiar algo. Ela sente necessidade de expiar uma culpa que vem de algum lugar, que não esta muito claro na consciência, ou, esta relativamente preso a acontecimentos que muitas vezes são resultados de um contexto que está além da pessoa.

Nesse sentindo Bert Hellinger fala da distinção entre o julgamento dos homens e os movimentos da alma que busca sem julgamentos integrar e dar um lugar a consciência a tudo que fora excluído  Para alma não há certo ou errado, não há bons ou ruins, não há bondade ou maldade, mais algo que vai muito além de nossa compreensão  Tudo faz parte de um todo.

As vezes ocorre que para sermos bons, na verdade, escondemos algo de muito cruel. O que pode acontecer de uma pessoa boa e na verdade ela ser totalmente terrível. E se pensarmos bem, isso nos leva uma dimensão muito profunda do saber humano que não deixa de ser um grande paradoxo da consciência humana.

Então, caminhar com equilíbrio e ter consciência das polaridades.

As vezes a pessoa sente um não merecimento interno, principalmente quando foi vitima de acontecimentos dolorosos na infância. A pessoa sente uma falta.

Os medos, as tristezas, as dores, os sofrimentos, podem ter uma lugar na consciência por meio da Terapia e na visão Sistêmica e amplia as possibilidades. É possível ver os agregados psicológicos, ver as diversas personas como "entidades" vivas atuando por trás. Pode-se perceber as dissociações ocultas, as separações internas e permitir uma reconciliação com aquilo que esta inconsciente. Com isso, resulta em maior integração interna.

Procurarei não entrar muito nas constelações porque sinto uma necessidade muito grande de preservar o que foi vivido com profundo respeito e cuidado por essas pessoas que confiaram em mim aquilo que lhe é profundamente "caro", que é sua história de vida, sua dor, sua maneira de superar, viver e manter-se inteiro a propósito de todos os intempéries da vida, com respeito profundo a tudo que pertence ao seu campo familiar.

A terceira constelação também foi de uma riqueza sem igual e falava sobre as perdas. Senti dentro de mim, a intensidade desse campo maior que reverberava em todos nós, e nesse caso, muitas, muitas perdas, dolorosas e grandes perdas. Porém, no final pudemos perceber que um antepassado da 3 geração dos avós foi totalmente excluído, negado e estava por detrás dessas perdas, ocupando um lugar para que finalmente pudesse ser integrado e ter seu lugar de inclusão e pertinência. Como poderíamos saber disso?

Só mesmo uma profunda conexão com o Campo, e na medida que a vamos tirando camadas e mais camadas a semelhança de uma cebola podemos ver o núcleo e o que contém nele.

Foi também um resgate do Feminino, da Grande Mãe e da prosperidade.

Agora, claro que podemos ter inúmeras leituras, diversas percepções e cada um pode colocar aquilo que percebeu dentro de seu campo de conhecimento. O que se revela, tem muitas facetas, e é importante a compreensão disso. Cada um vai perceber uma porção do Universo Manifestante e dar a essa percepção o seu significado, que estará dentro de um Campo de Conhecimento que lhe é singular.

Um forte abraço à todos. Deixem seus comentários que repondo aqui mesmo.

Cida Medeiros

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