A Pedra Filosofal
O Alquimista em busca da Pedra Filosofal. Uma metáfora para os buscadores espirituais que através do auto-conhecimento transformam sua natureza inferior em consciência, ganhando mais saúde, felicidade e longevidade.
Pois, corpo sã, mente sã.
Segue abaixo, o relato sobre a "Grande Obra", Alquimia e a Pedra Filosofal.
Cida Medeiros
Quem já não ouviu falar acerca dos respeitáveis filósofos, médicos, químicos e
intelectuais que passaram boa parte da sua vida diante de seu laboratório alquímico
tentando decifrar o enigma da pedra filosofal, tão comentada nos círculos iniciáticos da Idade Média?
Classificavam esse trabalho como sendo a “Grande Obra”, em alusão ao trabalho executado pelo Princípio Criador que resultou na confecção do universo que
conhecemos. Em outras palavras, os alquimistas desejavam criar em pequena escala, assim como Deus o faz em grande escala. É nesse sentido que referiam-se ao homem como sendo um microcosmo, capaz de refletir, em partes, o potencial criativo do universal (Macrocosmo).
Alguns célebres alquimistas, revelaram em alto e bom tom que conseguiram a proeza
de confeccionar a famosa pedra filosofal, capaz de transformar metais inferiores em ouro.
Outros diziam ter descoberto um elixir capaz de curar todas as doenças e prolongar a vida por tempo indeterminado. Sem nos determos a uma discussão infrutífera acerca da
confecção da tal pedra em seu aspecto material e grosseiro, vamos direto ao que realmente interessa, que são os resultados alcançados pelos mais célebres alquimistas em seu próprio desenvolvimento espiritual. É difícil analisar aqui em poucas palavras, as vivências, experiências e descobertas que levaram tais homens concluírem que o processo de confecção da pedra era mais subjetivo que objetivo.
Apenas para uma análise e conclusão superficial do processo de purificação alquímica, analisemos um dos mais importantes modus operandi dos antigos alquimistas em seus laboratórios:
“O alquimista mistura alguns componentes químicos com reagentes e coloca tudo num
destilador ou forno alquímico. Inicia-se um processo de destilação e obtém o que se
convencionou chamar o "espírito" daqueles mistos. Em seguida o resultado do produto
destilado era novamente juntado aos restos do processo e iniciava-se o trabalho de
purificação por inúmeras vezes. Dessa forma, agindo paciente e insistentemente nesse
trabalho árduo, onde devia-se a todo tempo controlar a temperatura do forno, o alquimista entrava inconscientemente em estado de contemplação meditativa, onde alcançava uma elevação de seu ser. Depois de anos de persistência, o alquimista descobria que tentando purificar os materiais, acabava purificando-se e melhorando sua própria personalidade. E, mudando sua personalidade para melhor, notava que tudo à sua volta mudava, haja visto que o preceito hermético prescrito numa esmeralda por Hermes estava certo. “Tudo o que está em cima é como o que está embaixo”. O alquimista descobria também, com imensa alegria, que tudo o que estava fora era como o que estava dentro dele. Refletia como um espelho no mundo exterior as melhorias sensíveis em sua personalidade. Descobria assim, que era possível a transmutação dos metais, não apenas no seu aspecto físico, mas principalmente seu aspecto espiritual, já que acreditava que os minerais também possuíam, por assim dizer, um “espírito”. Na maioria das vezes quando chegava a essa conclusão magnífica, o alquimista abandonava de fato a busca pelo processo de transmutação dos metais em ouro, já que havia descoberto um tesouro interior que ofuscava o brilho de qualquer tesouro profano.
Como vemos, a descoberta da pedra filosofal, como o próprio nome já diz, consiste no
conhecimento e reconhecimento dos segredos da sabedoria universal. Mais do que nunca, o alquimista espiritualizado torna-se consciente de sua capacidade de criar e modificar a natureza assim como Deus, já que fora desde os tempos antigos caracterizado como sendo criado à imagem e semelhança Daquele. Entretanto; a partir da nova descoberta da pedra filosofal, torna-se capaz de dirigir de forma consciente a sua vontade que é o verdadeiro instrumento da transmutação e da criação de todas as coisas.
Eis o segredo da pedra filosofal dos alquimistas; esse é o poder capaz de elevar o homem à capacidade de criar assim como Deus, Através da vontade firme, persistente e
inquebrantável, que pode também ser caracterizada pelos místicos como “fé”, tudo é
possível. A televisão, o rádio, o computador e todos os inventos que conhecemos surgiram desse processo alquímico de produção que é a mente humana. Eis o verdadeiro forno alquímico capaz de processar as maiores transmutações, através da correta utilização do fogo do desejo e da vontade e que é mantido ativo pela energia da fé. Tudo é possível ao que crê, já dizia Jesus, o maior alquimista de todos os tempos que, agindo em sintonia com o princípio criador universal fora capaz de transmutar água em vinho para alegrar uma festa.
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