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Os Sábios e o Herói



Huna: Os sábios e o herói
por Jens Federico Weskott - jweskott@uol.com.br

Que seria da sabedoria se suas sementes não fossem descobertas,
valorizadas e espalhadas pelo mundo?
A história dos sábios Kahunas é a história do herói que os descobriu:
Max Freedom Long (1889-1971).


Morando na aprazível Califórnia, foi chamado para o desafio –
embrenhar-se no interior do Havaí, perto dos vulcões, para lecionar
nativos. Naquela época, no início do século vinte, o Havaí não era
muito diferente da Amazônia. Uma grande selva desconhecida, povoada
por tribos estranhas. Só um desbravador espiritual como Max poderia
ser tentado a tamanha aventura.



Aos 27 anos, recém-graduado em psicologia, mas com toda uma bagagem
de estudos espirituais, teosofia, religiões antigas, missas batistas
e católicas e ainda por cima exímio fotógrafo, Max já reunia o perfil
de descobridor, bem antes de Indiana Jones entrar no nosso
inconsciente coletivo.

Um Schliemann do Novo Mundo, como aquele arqueólogo que no século XIX
investiu seu tempo e fortuna pessoal para desenterrar a Tróia helênica.

A fim de lecionar num par de ilhas dizimadas pela cobiça do homem
branco, o governo americano procurava jovens destemidos. Afinal,
fazia menos de vinte anos que o antigo reino de Havaí tinha sido
anexado aos Estados Unidos, a última rainha, Liliuokalami, encerrada
em seu palácio e a formosa raça havaiana levada para perto da
extinção. Os novos donos do poder procuravam meios para `educar' os
nativos transformando-os em cidadãos alfabetizados em inglês. Com os
EUA entrando na guerra, todo professor novo a fim de levar vida
sofrida era bem-vindo.

Um amigo seu foi aceito, mas hesitava, e acabou oferecendo sua vaga a
Max, que topou o desafio. Isso foi em 1917. Além de sua ocupação
rotineira numa plantação no interior, que lhe deixava tempo livre,
muito tinha se esforçado para compreender o que via, interpretar o
que sobe.
Os Kahunas, mestres espirituais, possuíam um segredo que
ninguém conseguia desvendar, uma força, uma energia especial; algo
que os possibilitava fazer `milagres', como influenciar o tempo para
beneficiar as colheitas, curar ossos quebrados em minutos, caminhar
sobre lava incandescente e influenciar o futuro dos membros do grupo.

Mas surgiu um mentor, o Dr. William Brigham. Curador do Museu Bishop,
de Honolulu. Um Indiana Jones frustrado, que por quarenta anos
procurou a luz sem descobri-la. Incutiu sua paixão em Max. De suas
próprias pesquisas, sabia que existia uma chave, secreta sim, mas
possível de ser achada. Os Kahunas, proibidos de atuar, agastados com
o pérfido homem branco, nada revelavam. Ambos os pesquisadores
sofreram com isso, já que os impedia de checar suas interpretações
com os mestres do saber. Quando o prof. Brigham faleceu, seu espírito
pioneiro continuou motivando Max. Mas, desesperado pelo muro de
silêncio, em 1931 abandonou as ilhas.

Voltou às origens, regressou à Califórnia, não sem antes vender – em
plena crise mundial – sua pequena loja de artigos fotográficos em
Honolulu, aliás, com a ajuda proverbial de uma Kahuna. De volta lá,
montou uma gráfica. Mas a procura do código oculto, desprezado por
muitos como paganismo não científico, não lhe dava descanso, ciente
que o desafio já era sua `história pessoal'.

Uma noite, em 1935, fez `click'. Vislumbra uma nova pista. Para
passar o conhecimento aos discípulos, pensou, os Kahunas devem
usar... palavras. E foi atrás dessas palavras. Contou com um ajudante
insuspeito: o dicionário inglês-havaiano compilado pelos missionários
calvinistas em 1865, os mesmos que tinham feito tudo para erradicar
o `paganismo primitivo'. Sincronicidades: Se Max não fosse lingüista,
e se Freud não tivesse já revelado o `subconsciente', a pista teria
morrido por ali...

Max conferiu suas anotações. Logo achou os termos havaianos para os
três níveis de consciência dos quais falava Brigham: subconsciente –
unihipili, consciente – uhane e Superconsciente – aumakua. Também
detectou a força usada pelos Kahunas nos processos de magia – a
energia mana. Porém, descobrir a substância pela qual esta força age,
custou mais seis anos de pesquisa. Como inúmeros cientistas, teve de
repetir a famosa: "10 % de inspiração – 90 % de transpiração". Graças
ao empenho, venceu: sabendo das palavras, descobriu o segredo por
trás delas.

Feita a descoberta do código secreto, começou a difusão do saber. O
primeiro relato de Max foi publicado na Inglaterra, sob o título
Recovering the ancient magic. Poucos livros tiveram tão estranho
destino: quando as páginas impressas estavam prontas para ser
encadernadas, uma bomba inimiga destruiu a imprensa londrina. Poucas
cópias se salvaram, e assim o segredo continuou oculto...

Porém, um dos raros exemplares chegou às mãos de William Stewart, um
ex-correspondente inglês na África, que durante sua estada em uma
tribo berbere nos montes Atlas soube de princípios semelhantes
através de uma xamã quahini. Isso sugere que entre as tribos que do
Oriente Médio emigraram à Polinésia, uma rumou para terras africanas,
e lá manteve práticas similares às dos Kahunas, valendo-se da
mesma `linguagem sagrada'. Tudo isso, supostamente, de origem essênia
e egípcia. Stewart escreveu a Max, e assim confirmou os Kahunas como
depositários de um saber anterior a eles.

A partir daí, o longo caminho do saber oculto à luz torna-se menos
sinuoso. O dizer `todos os segredos serão desvendados' começa a
cumprir-se. Max dá à sua descoberta o nome de Huna, termo havaiano
para segredo e oculto
. Em 1948, publica Milagres da Ciência Secreta e
o primeiro boletim regular. Surge um grupo de pesquisadores
voluntários, espalhados pelo mundo, que vasculha textos e intercambia
indícios do código. Em todas as religiões encontram vestígios do
saber Huna. Max reúne estas descobertas em dois livros, The Huna Code
in Religions e What Jesus Taught in Secret, alentados estudos sobre
psicologia e religião. É impressionante quantas passagens, por
exemplo, da Bíblia, não só do Antigo Testamento, ficam esclarecidas
graças ao código. Aliás, à luz do saber Huna, Jesus, conhecedor do
código, aparece ter sido um Kahuna de inigualável poder.

Impressionado com a verdade que descobrira, Max escreve: `Meu relato
tem a ver com a descoberta de um antigo e secreto sistema de magia
prática, o qual, se pudermos aprender a usar como fizeram os magos
nativos da Polinésia, poderá modificar o mundo...

Mas o reconhecimento público demora em chegar. A maior bênção,
contudo, é a própria transformação que ocorre graças ao saber Huna.
Max descreve a prática Huna em A Ciência Secreta em Ação. Como as
outras, a obra é publicada na prestigiosa DeVorss.

Max não cansa de publicar livros e boletins, ajudado pelos aportes
dos pesquisadores. Após cinqüenta anos dedicados ao bem comum, sua
vida termina em 23 de setembro de 1971, um mês antes de completar 81
anos. Se os Kahunas são os mestres sábios cientes do caminho, Max
Freedom Long foi o herói que o desvendou para nós. Hoje, aspirando
seguir estes exemplos e tornar-nos praticantes Huna, com ambos temos
uma dívida de gratidão pela senda espiritual que nos abriram.


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