Não sei explicar a vida. A lógica dos meus raciocínios me impede de sentir a verdade que existe em algum lugar dentro do meu mundo interior. Às vezes, sinto uma alegria e uma paz profunda que cala a minha mente.
Às vezes, há a vontade de ter apoios psicológicos que supram a ausência de algo que falta lá dentro, o vazio, a busca incessante de subterfúgios que nos dão a sensação enganosa de que preenchemos esse vazio.
Utilizamos tão pouco de nossa capacidade de regeneração, desprezamos os sentidos e subestimamos a sabedoria que habita dentro de nós. Procuramos fora o que está dentro, trilhamos os caminhos mais tortuosos para chegar ao lugar nenhum... a não ser à mera satisfação das energias egóicas, uma satisfação que dura alguns instantes e logo se transforma na vontade de procurar satisfação de outras necessidades do Ego.
Que prisão é essa? O que tudo isso significa? Por que vivemos no sentido contrário e tão inconscientes? Por que o homem investiu em sua própria destruição e não em sua construção perene? Por que as energias, ao invés de serem canalizadas para o mal, não são canalizadas para o bem? Para o bem de todos? Por que é mais fácil construir uma riqueza para poucos e uma pobreza para milhares?
Essa é uma questão.
Por Cida Medeiros, 22 de outubro de 1989
(Este post foi originalmente escrito em 1989 e revisado em 2025)
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